29 de março de 2025

Cinemateca Capitólio: 10 anos

Na última quinta-feira peguei o trem, subi a Borges, passei debaixo do viaduto em eterna reforma e entrei no cinema. Vi A mulher de todos do Rogério Sganzerla. Não moro mais ao lado então esse trajeto tem sido um pouco mais custoso mas fiz questão de estar presente na comemoração dos dez anos da cinemateca. Obviamente o prédio data de muito antes e há toda uma história que não cabe aqui mas o que importa é que dez anos atrás esse espaço reabriu e eu também estava lá.

alphaville, jean luc godard. ingresso da reabertura da cinemateca capitólio colado em um diário

Não lembro exatamente como fui. Tinha 21 anos, não frequentava cinema que não fosse de shopping e meu ânimo para assistir coisas diferentes mal tinha começado e já estava em declínio. O filme exibido na reabertura foi Alphaville de Jean-Luc Godard, um nome familiar apenas pelas menções que minha professora fazia, tema da tese dela. Mais tarde vi outros, mas me encantei pela Anna Karina primeiro naquele telão. 

Essa é uma informação meio perdida que encontrei num diário enquanto arrumava a estante. Nunca tive regularidade em anotação alguma mas naquele ano, motivada pela ideia fixa em encadernação e todo universo de bookbinding, imprimi todo o miolo de uma agenda, costurei os booklets e bordei a lombada. Uma graça. Registrei o cotidiano por alguns meses e depois parei, naquela época minha letra ainda era legível e meus pensamentos sabiam deslizar até a caneta. Na data de 28 de março de 2015 eu colei os ingressos e terminei o relato dizendo "quero mais dias assim". 

Não teve mais dias assim. Ensaiei diversas voltas mas somente retornei em 2022 depois de uma grande mudança na vida. De repente me vi na urgência de pegar o trem, subir a Borges e a escadaria, entrar no cinema. Vi Capricious Summer, título que fazia parte da mostra de filmes tchecos, um universo que eu nunca tinha ouvido falar, e anotei meu primeiro filme no letterboxd

sala de cinema capitólio

Depois desse dia, ir ao Capitólio virou rotina. De preferência na última fileira, lá em cima, em um dos dois bancos centrais, visão perfeita de tudo quase em anonimato, sozinha. Ir para esticar as pernas após o trabalho, pescar os olhos quando as coisas acontecem muito lentamente na tela, chorar porque é preciso independente da cena ser triste, ir porque não há nada melhor para fazer ou antes da festa, do bar, encontrar amigos. Flertar, por que não. Ir porque é perto, porque é de graça, porque o título é engraçado, porque ouvi falar, desconheço, porque é estranho. Ir porque é confortável ver os mesmos rostos que também frequentam feito personagem. 

Enfim. Gosto de ver filme e eu gosto do lugar.

24 de março de 2025

Limpei minha máquina de escrever

Tenho essa Olivetti Studio 46 faz exatamente uma década. Não é de família, ganhei de presente. Chegou para mim no tom azul perfeito, brilhando, o funcionamento ótimo, mas nunca achei uso para ela fora algumas tentativas fajutas de journaling. Ao longo dos últimos anos foi passando de estante em estante em cada casa que morei, sempre vizinha dos livros como boa decoração. Dessa forma não tinha muito jeito de escapar: acumulou internamente muita poeira e pelos de vários gatos. Cachorros também. A vida é assim mesmo. Daí que esse final de semana fui tirar o pó da estante dos livros e bem quando cheguei na vez do apartamento dela decidi caprichar e não varrer somente a estrada do bispo, como diria a minha mãe.

máquina de escrever olivetti studio 46

Bom, para caprichar é preciso entender e eu não entendia, fui atrás, adentrei o universo dos aficionados por typewriter até perceber que eu não tinha o material que eles citavam e nem gostaria de ter trabalho procurando então simplifiquei o máximo com a informação que obtive. E algumas atenções: não usar nada corrosivo nas tinturas e tomar cuidado para proteger o rolo que gira o papel (não sei o nome técnico disso).

O que fiz: como eu não queria desmontar a máquina pelo medo de não saber colocar de volta, usei o secador de cabelo na função mais forte possível para forçar toda a sujeira para fora. Depois, com a ajuda de um pincel longo, fui varrendo o chão que alcançava entre as teclas para remover as partículas mais teimosas. Claro que não foi o suficiente mas limpeza de verdade exige recursos. Tá bom demais. Quando se tira a tampa superior a engenhoca metálica é revelada. Nisso usei uma esponja limpa com pouco de álcool 70% e esfreguei gentilmente tudo que pude alcançar e depois limpei com um papel toalha. A fita ainda preciso trocar, parte dela está seca mas parte não então estou me apegando a isso. Minha sorte é que tenho uma embalagem fechada com um rolo aqui, será trocado em breve. Aprendi nos vídeos como fazer isso também.

Aqui ela ainda estava suja

Os canais no youtube que serviram de embasamento (todos em inglês):


p.s: em todos os lugares foi citado um produto chamado mineral spirits, um solvente usado para limpar a parte metálica interna. Se em algum momento for necessário abrir para cirurgia vou à procura, vi que é baratinho e é comum do uso do pessoal das artes que lida com tinta.

19 de março de 2025

No stresso, no need to be depresso

Daqui a pouco fecha uma semana que eu tô assim com as costas pedindo socorro, como se eu dormisse feito S a noite toda, todos dias. Sei lá. Aí me estico e parece que as coisas se alinham mas é só ficar sentada que a notável falta de exercício eficaz aparece. Que saco. Uma hora resolvo.

* * *

Hoje quando abri o Youtube apareceu de cara o vídeo representante da Estônia no Eurovision. Nunca acompanhei, nem sei lá muito bem como é a dinâmica, mas tempos atrás fiquei um bom turno vendo vários (o da Finlândia em 2024 é muito especial) e desde então aparece no meu algoritmo. Não reclamo. Na verdade lembrei agora que vi o filme Eurovision song contest: the story of fire saga, com o Will Ferrell e Rachel McAdams, e a lembrança é que ri bastante.

Enfim. Vi o clipe da Estônia, Espresso Macchiato por Tommy Cash, e sigo com a música na cabeça sem parar. Tudo que pensei é em Emília Perez e eu nem vi Emília Perez. Ou a paródia que fizeram de Emília Perez. Ou, ainda, Emily in Paris. Escolha o estereótipo representado que quiser. Falo tomando um espresso hipotético (já está tarde) enquanto com os dedos juntos balanço a mão num vai e vem.

"Mi like to fly privati
With 24 carati
Also mi casa very grandioso
Mi money numeroso
I work around the clocko
That's why I′m sweating like a mafioso
Life is like spaghetti
It's hard until you make it
No stresso, no stresso
It's gonna be espresso"

Ridículo. 🤌

* * *
desenho de vestido longo florido de alça
foto na sala passando ferro, estante de livros ao fundo

Eu tenho uma caixa das milhões de mudanças da vida recheada de possíveis projetos e ideias de costura. É uma caixa que me dá certa culpa porque nada nunca sai de lá, nada acontece, esqueço até que existe. Pois bem. Tirei de dentro da cartola de papelão um vestido vermelho que vou reformar. Tirei fotos como prova e porque redescobri o tripé (estava em cima do guarda roupa). A ideia é fazer um vestido meio parecido com a da guria de Before Sunrise, quero poder usar como sobreposição, seja calor ou frio.

Pronto, me comprometi publicamente.

14 de março de 2025

Bloco de notas

"Saint sernin
Rue de taur
Le sherpa - crêpe
Couvent de jacobins
Augustin
Jardin japonais pierre Baudis
Cinéma abc
Cratere
Theatro sorano"

(15/10/2024, lista de dicas que me passaram para bater perna no centro de Toulouse)

* * *

"Bebê balançando no colo da mãe
Cachorro na gaiola
Mulher de máscara
Enroladinho de salsicha no papel toalha"

(28/12/2024, no ônibus indo para Magistério)

* * *

"Sonhei que fazia uma viagem surpresa para uma espécie de parque Disney, presente dos meus pais. Não sei com que dinheiro. Minha mãe estava viva. Engraçado que essa era segunda vez que eu ia, a primeira tinha sido com meu ex. No sonho eu tinha essas memórias falsas se misturando nesse sonho falso. Nunca sonhei com Disney. Engraçado também que meus pais não sabem inglês, nem sei como se viraram em todo o processo. Durante o descanso deles eu provava roupas e ficava feliz com novas silhuetas, tirava foto com peças que nunca tive. O tênis sim, comprei na França. As calças ainda tinham etiquetas. Num dos bolsos eu tirei meu cartão verde. Estava acompanhando as taxas de câmbio do dólar e pensando no que almoçar. Fui no banheiro e menstruei, olhei pro celular e era dia 15, fazia sentido (hoje é dia 10). Não sonhei com a parte do avião, nem sei qual país era. Só sei que era longe, longe."

(10/03/25, em casa, logo que acordei)

* * *

"7 quilos!!
Ninguém usa dinheiro
O homem geriátrico de 36 anos
Watchparty de filme porno
Agiota
Receita falsa
Abandono de cachorro quase de raça
Pobre investindo em ação"

(11/03/25, sobre o filme Los guantes magicos)

* * *

"Engraçado perceber o corpo somente quando dói. Meio feito sentimento. Agora é 1h59 da madrugada e estou me alongando na cama porque notei a existência da minha coluna bem na altura dos rins. Deitada, levanto as pernas para o alto, encosto os joelhos na testa, seguro meus pés. O torso gira como pode para um lado e outro. Deslizo sobre os lençóis, as pernas agora pendendo para fora da cama, ponta dos dedos da mão tocando no que seria a cabeceira, se tivesse comprado. Estiiiico.

Pronto, aliviou, posso voltar a dormir. Pela manhã com certeza já terei esquecido que preciso me exercitar com regularidade."

(12/03/25, madrugada, na cama)

11 de março de 2025

Centro Histórico de Porto Alegre

foto analogica da rua borges de medeiros, centro de porto alegre
foto analógica da feira do livro de porto alegre 2023
foto analógica vista debaixo das copas de árvores
foto analógica de mulher de saia longa e cabelos presos na entrada de uma cafeteria na demétrio ribeiro

Pelas alamedas de Porto Alegre
Do mercadão até o Bom Fim

* * *

Subir a Borges de Medeiros, passar a Ponte de Pedra, correr para não me atrasar. Por um tempo foi rotina. O cinema logo aí. Enfim. Fotos de 2023 em uma câmera half-frame Olympus Pen EE-3, pequena, uma graça. O filme é Lomography Earl Grey 100, mas não lembro muito bem a origem, sei que não comprei, e provavelmente estava vencido. 

Além disso não quero falar, todo esse rolo de certa forma é triste.

8 de março de 2025

Calor, dia da mulher e outras coisas

Sou eu, Bola de Fogo
E o calor tá de matar


Mó solzão. Tati Quebra Barraco querendo ou não anunciou o fim dos tempos em uma ligação encenada no clássico Atoladinha. Bola de Fogo lançou moda, deixou lastro de calor e eu me enterrei em casa. É sábado à noite e estou atolada em meu sofá verde millennial com um ventilador Arno Ultra Silence Force™ na cara e o ar-condicionado que a essa altura já pede socorro. É calor que tira a vontade de comer, levantar, colocar o pé pra fora. A roupa gruda no corpo e o suor escorre na dobrinha atrás do joelho, onde menos se espera. O fim dos tempos é agora. Mas mais tarde talvez eu me sirva de pastis-de-Marseille, oh là là. Meu girl dinner será uma barra de chocolate Talento, aquele meio-amargo com amêndoas. 

Calma, calma, foguentinha

* * *

Dia desses fui organizar umas bagunças online e redescobri um blog de arroba que gostava dos textos mas que sumiu faz bom anos. Joguei no Twitter o nome para saber que fim deu, uma das poucas funcionalidades que ainda operam de forma razoável por lá, a fofoca local e nichada, e único motivo pra evitar a exclusão. Aparentemente foi preso por violência doméstica, dizem. Aí realmente fica difícil escrever textos engraçadinhos.

Dia desses, também, quando voltava de Uber à noite, inventei marido e outros romantismos que não estou vivendo porque o motorista não parava de deixar claro o quanto estava solteiro enquanto indagava questões pessoais. Esperei uma semana para dar uma nota ruim.

* * *

ilustração de mulher entre flores e texto "look, ok, i swear i'm a Strong independente woman, i just need your help proving it to myself and everyone else" por heather buchanan

Feliz dia da mulher, uma flor pra gente.

5 de março de 2025

Take care of your scarf, Tatjana

Take Care of Your Scarf, Tatjana 1994 Pidä huivista kiinni, Tatjana Directed by Aki Kaurismäki
Take Care of Your Scarf, Tatjana 1994 Pidä huivista kiinni, Tatjana Directed by Aki Kaurismäki

O preto e branco lindíssimo não dá essa informação mas eu sei que essa máquina de costura Husqvarna é verde, já vi em algum lugar. Café no trabalho, café no carro, café no bar, café no restaurante, café até tremelicar. Jaquetas de couro, bandas de rock. Garotas descascando batata e depois dançando. Poderia ser um printscreen decente mas vai foto da TV mesmo. É o filme Take care of your scarf, Tatjana de Aki Kaurismäki. Vi no Mubi.

3 de março de 2025

Carnaval

Essa semana chegou uma paleta de sombras coloridas que comprei e usei pela primeira vez no sábado. Fiz uma maquiagem rosa e amarela sem nem saber muito bem como, fui seguindo intuição. Coloquei o vestido metalizado iridescente com uma padronagem tal TV analógica fora do ar feito por mim ano passado para outro tipo de carnaval. Saí de casa já tarde, sol caindo. Encontrei minha amiga, Skol Beats na mão e... foi isso. Antes da meia-noite eu já estava de banho tomado indo dormir. Porto nem um pouco Alegre.

Não sei se posso dizer que pulei carnaval, não tirei os pés do chão em nenhum momento, não conhecia nenhuma música e o calor estava tão infernal que ficar sentada no meio-fio bebendo direto da lata me pareceu um alento. Essa é uma sequência de palavras que alguém muito insuportável de cara fechada diria, mas acho que o desânimo maior foi mais saudade do amigo, parte do trio, que certamente estaria junto caso não tivesse partido dessa para uma melhor (Irlanda). Terão outros carnavais, espero que algum no futuro seja em Salvador. Nunca fui, não conheço, falo com o mesmo olhar sonhador que a protagonista de Sombras do Paraíso tem quando fala na Florida.

Foto analógica instax de duas mulheres à noite em festa de carnaval. A foto está em cima de um livro de edição francesa de A amiga genial, elena ferrante

Certo momento uma menina passou com uma Instax e comprei uma foto. Eu fui, eu tava. A postura completamente torta, o cabelo tomando rumo próprio e a eterna cara de quem não sabe se portar diante uma câmera desde... sempre. Não dá pra notar a maquiagem nem a estampa do vestido, mas o brilho ficou bonito. O livro que serve como apoio para a foto instantânea é só charme, não sei francês. Já li em ebook e logo pretendo reler a edição física em português. Dentro do L'amie prodigieuse tem um papel com instruções de uma senhorinha que não sei se voltarei a ver e também um desenho ligeiramente amassado que ganhei. 

Teve a premiação do Oscar e ganhamos Melhor Filme Internacional com Ainda Estou Aqui. A previsão do tempo para a semana é temperatura máxima de 38º todos os dias. Amanhã ainda é carnaval.

1 de março de 2025

Pesto de manjericão

Hoje de janta foi macarrão e com ele terminei o pesto que fiz pela primeira vez outro dia, então vou deixar registrado mais ou menos como foi o processo. Não que eu saiba de alguma coisa, tudo é um grande teste, vi vários vídeos de receita no youtube e fui pela média com exatamente as coisas que eu tinha na geladeira e horta. Se ficou certo não sei, mas pro meu paladar um tanto rústico me pareceu ótimo.

ingredientes para pesto com manjericão

  • Maço de manjericão
  • Azeite de oliva
  • Queijo colonial
  • Um dente de alho
  • Algumas castanhas-do-Pará
  • Algumas amêndoas

Primeiro tirei as folhas do manjericão, lavei e deixei secar muito bem numa toalha. Depois cortei o alho e também as castanhas e amêndoas. Ralei o queijo. Feito isso, no liquidificador coloquei o azeite, as castanhas/amêndoas e alho e bati muito bem. Agora é o queijo, bato de novo. Por último o manjericão, e com ele caprichei um pouco mais no azeite e também adicionei uma pedra de gelo. Os entendidos das receitas falaram que esse último passo ajuda a não escurecer demais. Bati bem, mas não muito, coloquei num pote de vidro e guardei na geladeira.

28 de fevereiro de 2025

Sons de fevereiro

25 capas dos álbuns mais ouvidos em fevereiro segundo last.fm

Zaho de Sagazan de praxe, Permsky Kray porque de alguma forma me faz focar, conheci Getúlio Abelha, Bad Bunny porque estava todo mundo comentando, muito Sonic Youth por indicação, trilha de Submarine porque choveu.

Montagem daqui. Meu last.fm.

27 de fevereiro de 2025

Eu li três livros em fevereiro

Sátántangó, László Krasznahorkai

Uma coisa leva a outra. Lembro de ler esse nome estranho em um e outro perfil por aí mas sobre o filme homônimo, de mil e uma horas. Como achei interessante (ainda que improvável que eu assista tão logo) coloquei na watchlist (que não se leva a sério). Aí vi outra pessoa comentando de livros, um deles era esse, pesquisei e vi que tinha pouco mais de duzentas páginas. Aí peguei pra ler, me pareceu mais prático que o filme.

Uma coisa engraçada é que, quando vi o número de páginas do livro, logo pensei na proporção de páginas do Hobbit e a quantidade de muitas horas em muitos filmes. Aí corri pra minha estante conferir quantas páginas tem a minha edição paperback toda surrada, remendada, comida por cachorro: 306. Mas na última folha não descobri somente o número total mas também duas traças enormes roendo com muito gosto e já atravessando o livro sofrido. Agora vou ter que revisar todos os outros.

Ah, sobre o livro: tamanho engana. É difícil pegar o ritmo no início e os parágrafos são blocos maciços. As páginas tem cheiro, textura, gosto ruim. Gostei.

livros a ilha de sacalina de anton tchekov e um defeito de cor de ana maria gonçalves

Um Defeito de Cor, Ana Maria Gonçalves

Depois do embalo da primeira leitura do ano, só segue (espero). Comecei a ler esse calhamaço ainda ano passado, 952 páginas. Eu era outra pessoa, outra cidade, outro tudo. Teve uma enchente e uma viagem longa no caminho. Retomei a leitura, estava no finalzinho. Do livro em si só posso ser ridícula e dizer baita livro. É interessantíssimo acompanhar a vida da protagonista com o pé na realidade mas também no místico, nos horrores, nas oportunidades. Mais pro final fica pouco perdido. De qualquer forma, gostei.

A Ilha de Sacalina, Anton Tchekhov

Também leitura retomada do ano passado. Tô querendo acabar ou pelo menos diminuir drasticamente a pilha de livros começados. Bem... em algum momento da minha vida fiz jornalismo, esse é um livro-reportagem, a temática Rússia me interessa, li uns contos do Tchekhov certa vez e gostei muito... então achei que fazia sentido ler. E acho que a palavra GOSTAR aqui não cabe. É terrível, tudo é terrível. Não sei se há terror que dê conta. O livro em si tem horas que é maçante, como o autor fez o recenseamento da ilha há muito detalhamento de número e quantidades e comparações muito técnicas em meio aos relatos.

* * *

E sim, mais um blog, mais um começo. Acho que dessa vez vai. Quero desapegar um pouco do nome completo e me esconder numa página feia sem firulas.